quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Forças de Kadhafi bombardeiam centro da capital líbia, dizem rebeldes

Confrontos seguem em Trípoli, um dia após a queda do QG do ditador. Escondido, coronel prometeu resistir à oposição, que já organiza transição.

Forças leais ao ditador da Líbia, Muammar Kadhafi, estão bombardeando a região central da capital do país, Trípoli, nesta quarta-feira (24), segundo os rebeldes que combatem o regime. Os ataques estariam partindo da região de Abu Salim, ainda em poder de tropas leais ao regime. Confrontos ocorrem em vários pontos da cidade, um dia após combatentes da oposição terem tomado a fortaleza do ditador na capital.
O complexo de Bab al-Aziziyah é um dos alvos dos ataques desta quarta, segundo os rebeldes. Uma espessa nuvem de fumaça era observada perto do complexo residencial, e nos arredores eram ouvidos disparos de armas leves, metralhadoras pesadas, lança-foguetes e morteiros.
Várias ruas do centro de Trípoli estavam desertas devido à presença de "dezenas" de franco-atiradores leais a Kadhafi espalhados por toda a cidade, segundo os rebeldes.
O paradeiro do coronel continua desconhecido. Um líder rebelde disse à agência Reuters que Kadhafi deve estar escondido em algum lugar no sul de Trípoli.
Rebeldes celebram na fortaleza invadida de Muammar Kadhafi em Trípoli, capital da Líbia, nesta quarta-feira (24) (Foto: AP)
Rebeldes celebram na fortaleza invadida de Muammar Kadhafi em Trípoli, capital da Líbia, nesta quarta-feira (24) (Foto: AP)
Apesar de a comunidade internacional, com os EUA à frente, já tratarem o Conselho Nacional de Transição como o novo governo líbio, Kadhafi prometeu resistir até a morte.

China e Brasil podem mudar de lado em relação a Líbia
China e Brasil podem mudar de lado sobre Líbia
Foto: DIDA SAMPAIO/AGÊNCIA ESTADO
Nos últimos dias, o Brasil e a China têm feito contas de quanto perderão em investimentos quando Kadafi deixar definitivamente o poder. A conta é alta. Os rebeldes que fazem parte do Governo de Transição já avisaram que aqueles que não apoiaram sanções contra o ditador poderiam ficar de fora dos negócios futuros com a Líbia. Diante disso, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, conversou por telefone com o chanceler chinês, Yang Jiechi, para coordenar uma postura comum do Brics sobre a atuação situação política do País.
Segundo a agência de notícias chinesa Xinhua, diante dos últimos eventos, a China pensa que a paz e a estabilidade devem ser restauradas o mais rápido possível para, assim, iniciar um processo político livre. Quanto à posição da ONU no conflito, criticada há meses por Pequim, o chanceler chinês disse que o país asiático apoiará a organização no período pós-guerra. Ele quer que os demais Brics exerçam um "papel protagonista" na reconstrução da Líbia. Segundo Yang, o primordial, diante das atuais circunstâncias, será garantir a segurança dos estrangeiros e diplomatas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário