Resumo de Conteúdo
Conteúdo 1. Curva de Nível
A curva de nível é uma maneira de se representar graficamente as irregularidades, ou o relevo, de um terreno.
Imagine uma montanha de 800 metros vista de cima. Seu formato é irregular, logo se traçarmos uma linha contornando-a a 700 metros o desenho do contorno (uma curva) será diferente, e menor, daquele que fizermos contornando-a a 100 metros, mais próximo da base. Esse desenho do contorno a uma dada altitude, que deve ser a mesma em todos os pontos da linha, é a chamada curva de nível e serve para representar o relevo de algum local nas plantas topográficas.
As curvas de nível são sempre paralelas entre si. Uma linha mestra jamais se cruzará com uma linha intermediária, por exemplo, mesmo que elas às vezes, cheguem bastante perto disso, e elas sempre se fecham sobre si mesmas (como um “O”, mas, na maioria das vezes, irregular). O que pode acontecer é de no papel, por causa de um efeito visual, as linhas se cruzarem, mas, na verdade, elas nunca se cruzam, uma vez que na realidade uma está embaixo da outra visto que cada curva de nível representa uma altitude. Nestes casos, costuma-se representar a linha, ou curva, debaixo com um tracejado.
Pela proximidade das linhas pode-se verificar se o terreno tem um declive muito acentuado ou não. Se as linhas estiverem muito próximas entre si, significa que o declive é bastante acentuado (um pico, por exemplo), já se elas estiverem muito distantes entre si, significa que o declive é suave (uma planície com pequenas elevações, por exemplo).
Mas, as curvas de nível não servem apenas para representar montanhas ou elevações no terreno. Se em uma planta topográfica com curvas de nível os valores da altitude referentes às curvas centrais forem menores do que os valores de altitude das curvas externas, significa que ali está representada uma depressão.
Mas, as curvas de nível não servem apenas para representar montanhas ou elevações no terreno. Se em uma planta topográfica com curvas de nível os valores da altitude referentes às curvas centrais forem menores do que os valores de altitude das curvas externas, significa que ali está representada uma depressão.
Quando se vai fazer uma planta topográfica com curvas de nível, costuma-se primeiro, antes de desenhar as curvas, fazer o traçado da rede de drenagem do terreno com o fim de facilitar o desenho das curvas. Afinal, é a rede de drenagem (rios, ribeirões, riachos, cachoeiras…) que determina, de forma geral, a topografia do terreno.
Outro conceito associado às curvas de nível (mas que não deve ser confundido) é o “plantio em curvas de nível”. Trata-se de uma técnica para plantio em terrenos acidentados que segue o traçado das curvas.
Lembrando que a legislação ambiental brasileira proíbe o desmate e plantio em terrenos com declividade maior que 45° por se tratar de Áreas de Preservação Permanente (APP) devido a alta tendência a erosão, o plantio em curvas de nível é uma técnica quer visa diminuir a velocidade da enxurrada (arraste) e aumentar a infiltração da água no solo para, com isso, evitar que aconteçam erosões.
Conteúdo 2. Projeções Cartográficas
Sabemos que a maneira mais adequada de representar a Terra como um todo é por meio de um globo. Porém, precisamos de mapas planos para estudar a superfície do planeta. Transformar uma esfera em uma área plana do mapa seria impossível se os cartógrafos não utilizassem uma técnica matemática chamada projeção. No entanto, imagine como seria se abríssemos uma esfera e a achatássemos para a forma de um plano. Com isso, as partes da esfera original teriam que ser esticadas, principalmente nas áreas mais próximas aos os pólos, criando grandes deformações de área. Então, para chegar a uma representação mais fiel possível, os cartógrafos desenvolveram vários métodos de projeções cartográficas, ou seja, maneiras de representar um corpo esférico sobre uma superfície plana.
Como toda projeção resulta em deformações e incorreções, às vezes algumas características precisam ser distorcidas para representarmos corretamente as outras. As deformações podem acontecer em relação às distâncias, às áreas ou aos ângulos. Conforme o sistema de projeção utilizado, as maiores alterações da representação localizam-se em uma ou outra parte do globo: nas regiões polares, nas equatoriais ou nas latitudes médias. É o cartógrafo define qual é a projeção que vai atender aos objetivos do mapa.
A projeção mais simples e conhecida é a de Mercator (nome do holandês que a criou). Outras técnicas foram evoluindo e muitas outras projeções tentaram desfazer as desigualdades de área perto dos pólos com as de perto do equador, como por exemplo a projeção de Gall. Como não há como evitar as deformações, classifica-se cada tipo de projeção de acordo com a característica que permanece correta. Temos então:
- Projeções eqüidistantes = distâncias corretas
- Projeções conformes = igualdade dos ângulos e das formas dos continentes
- Projeções equivalentes = mostram corretamente a distância e a proporção entre as áreas
Os três principais tipos de projeção são:
| Cilíndricas: consistem na projeção dos paralelos e meridianos sobre um cilindro envolvente, que é posteriormente desenvolvido (planificado). Uma das projeções cilíndricas mais utilizadas é a de Mercator, com uma visão do planeta centrada na Europa. |
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| Cônicas: é a projeção do globo terrestre sobre um cone, que posteriormente é planificado. São mais usadas para representar as latitudes médias, pois apenas as áreas próximas ao Equador aparecem retas. |
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| Azimutais: é a projeção da superfície terrestre sobre um plano a partir de um determinado ponto (ponto de vista). Também chamadas planas ou zenitais, essas projeções deformam áreas distantes desse ponto de vista central. São bastante usadas para representar as áreas polares. |
Conteúdo 3. A formação do território brasileiro
Durante todo o século XVI, a ocupação portuguesa no Brasil colônia teve um caráter periférico, litorâneo. As poucas cidades e vilas do período, assim como todas as áreas agrícolas, estão nas proximidades do oceano Atlântico, a via de comunicação com a metrópole.
A extensão territorial da colônia era delimitada pelo Tratado de Tordesilhas, que acabou ficando apenas no papel, pois nos séculos XVII e XVIII os portugueses aventuraram-se além de seus limites e foram necessários novos acordos e tratados, como o Tratado de Madri (1750) e o Tratado de Santo Ildefonso (1777), além de outros, que expandiram os domínios portugueses em detrimento dos espanhóis. (...)
Durante os séculos XVII e XVIII, ocorreu um maior povoamento do interior, com as bandeiras, a mineração, a penetração pelo vale do rio Amazonas e a expansão da pecuária no Vale do São Francisco e no sertão do Nordeste. Mas a maioria da população continuou próxima ao litoral, ocorrendo de fato a formação de "ilhas" de povoamento no interior. Algumas dessas "ilhas" duraram pouco tempo, esvaziando-se depois - como ocorreu na região das minas após o esgotamento das jazidas de ouro e diamantes.
A expansão territorial nesse período foi notável: no início do século XIX, na época da Independência (1822), a área do território brasileiro já se e aproximava do tamanho atual, faltando apenas alguns acertos que ocorreram, no século XIX e início do século XX, no sul, com o Uruguai e o Paraguai, e no norte e oeste, com a Bolívia, o Peru e a Guiana Francesa.
Conteúdo 4. A formação do território brasileiro
OS CICLOS ECONÔMICOS DO PERÍODO COLONIAL
Ciclo do Pau-brasil
Pau-brasil - Riqueza de exploração imediata: fácil acesso e investimento mínimo. Permanece como monopólio da Coroa até 1859. A fase mais intensa da exploração vai do período pré-colonial até meados do século XVI . A extração é feita ao longo do litoral, desde o Rio Grande do Norte até o Rio de Janeiro, em sistema de arrendamento através de contratos entre o Estado e companhias particulares, que pagam um quinto da extração ao governo português. Posteriormente, passa a ser feita mediante prévia autorização do governador-geral. Até a segunda metade do séc. XVI, o corte e o transporte local são feitos pelos índios, sob controle de feitores, comerciantes ou colonos. Depois, escravos negros são deslocados para o serviço, nas entressafras de cana-de-açúcar.
A partir do final do séc. XVI, a Coroa portuguesa começa a temer o risco de esgotamento do produto e, em 1605 tenta regulamentar a exploração editando o Regimento do Pau-brasil.
Ciclo do açúcar (1532 - c. 1700)
A cultura da cana-de-açúcar trouxe o primeiro surto de prosperidade ao Brasil colonial. Foi ela que voltou à colônia os olhos mercantilistas da Coroa - até então fixados no comércio com o Oriente -, promoveu a ocupação da faixa litorânea do Nordeste, determinou a composição étnica da região, definiu sua estrutura fundiária e delineou alguns dos traços marcantes da cultura brasileira.
A cana, originária do sudeste da Ásia, era plantada pelos portugueses na ilha da Madeira desde meados do séc. XV. Introduzida no Brasil provavelmente por Martim Afonso de Souza em 1532, ela expandiu-se rapidamente, em especial em Pernambuco e na Bahia. Em 1570, existiam na colônia sessenta engenhos, dos quais 23 em Pernambuco e dezoito na Bahia, que produziam 60000 arrobas de açúcar anualmente. Treze anos depois, eles já eram 115 - 66 em Pernambuco e 36 na Bahia -, e sua produção ultrapassava as 350000 arrobas. Em meados do séc. XVII, quando o Brasil ainda liderava a produção mundial, seu número era superior a trezentos, apesar das invasões holandesas terem causado o abandono de muitas plantações.
A pior conseqüência da ocupação no entanto, viria algumas décadas após a reconquista do Nordeste pelos portugueses: com as técnicas aprendidas no Brasil, os holandeses inundaram a Europa, a partir de 1660, de açúcar barato produzido em suas colônias nas Antilhas; pouco depois, também os franceses e ingleses passaram a exportar o produto. Em 1670, os produtores brasileiros venderam em Lisboa apenas a metade de sua produção de 65000 t; em 1700, as exportações já haviam caído para 26000 t, e o eixo da economia da colônia já começava a mover-se para as minas da região centro-sul.
A lavoura canavieira caracterizava-se pela monocultura e pelo regime da grande propriedade, pela auto-suficiência das fazendas e pela utilização quase exclusiva, principalmente a partir de 1600, de mão-de-obra escrava em grande escala. As instalações das plantações incluíam a casa-grande, onde residia o proprietário e sua família; a senzala onde eram alojados os escravos; o engenho, local onde o açúcar era preparado; e a destilaria, onde produzia-se a aguardente. Além da terra dedicada ao plantio da cana, havia pastagens e uma pequena área reservada para o cultivo de alimentos, ambos para fins de subsistência.
Ciclo do ouro ( c. 1700 - 1803)
O século XVIII foi a idade do ouro e dos diamantes no Brasil. Descoberto no final do séc. XVII pelos bandeirantes, o ouro povoou uma área superior a 2 milhões de Km² , deu origem a cidades como Ouro Preto, Mariana, Sabará e S. João del Rei e encheu os cofres de Lisboa.
Com uma produção estimada de 1000 t entre 1700 e 1800, a maior preocupação portuguesa foi com o controle da atividade mineradora. Já em 1702 era criada a Intendência das Minas, subordinada diretamente à Coroa, para recolher os impostos e cobrir o contrabando. Mas foi em 1725 que se organizou melhor o recolhimento do tributo, com a proibição do transporte de ouro em pó ou em pepitas e a criação das Casas de Fundição, onde ele era fundido em barras e o fisco recolhia sua parte - 1/5 (chamado de quinto) da produção, sendo de 37 arrobas (cerca de 500 Kg) o mínimo exigido por ano pela Fazenda Real a princípio. Mais tarde essa contribuição mínima foi elevada para 100 arrobas (cerca de 1500 Kg). Quando esta quantia não era atingida, obrigava-se a população toda (e não apenas os mineradores) a completar a soma. Era a derrama, responsável por tantas rebeliões. De qualquer modo, depois de 1762 o quinto nunca chegou às 100 arrobas e, em 1803, o tributo foi reduzido a 1/10 da produção.
Diamantes
A exploração começa por volta de 1729, nas vilas de Diamantina e Serra do Frio, no norte de Minas Gerais. A produção atinge grande volumes, chegando a causar pânico no mercado joalheiro, por forçar a baixa dos preços. Em 1734, constituiu-se uma intendência, com autonomia quase total na administração das lavras. E a extração passa a ser controlada por meio de medidas severas, que incluem confisco, proibição da entrada de forasteiros e expulsão de escravos.
Renascimento agrícola
Entre a época da mineração e o advento do café, do final do séc. XVIII a meados de 1830. Passada a euforia inicial da extração do ouro, começaram a surgir áreas de agricultura e pecuária ao longo dos caminhos para os depósitos auríferos. Essas atividades passam a ser lucrativas por causa do crescimento demográfico. As sesmarias (terras incultas ou abandonadas) são doadas a quem queira cultivá-las
Algodão, tabaco e cacau tornam-se os principais produtos agrícolas de exportação.
Os maiores centros produtores de algodão surgem no Nordeste (Maranhão e Pernambuco), O tabaco funciona, ao longo do séc. XVII, como moeda de troca para aquisição de escravos nos mercados da costa africana. O grande produtor é a Bahia, seguida por Alagoas.
O cacau, visto inicialmente como produto de atividade extrativista, praticada no Pará e em Rio Negro, passa a ser cultivado na Bahia e no Maranhão, com mão-de-obra escrava negra.
Pecuária
Fator essencial na ocupação e povoamento do interior. As fazendas de criação de gado são latifúndios assentados em sesmarias. O proprietário, ao tomar posse da terra, arrenda as regiões mais distantes a pequenos criadores. A atividade não é dirigida para a exportação e, em vez de escravos, usa mulatos, mestiços, negros forros, índios e brancos assalariados. É no Sul que a criação de gado mais se desenvolve.
Bibliografia
Almanaque Abril. 20ª ed. São Paulo, Editora Abril, 1994
Almanaque Abril. 15ª ed. São Paulo, Editora Abril, 1989
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